segunda-feira, 19 de abril de 2010

A indústria era titular no Governo de Vargas

Por Matheus de Azevedo e Marcos Oliveira

A Revolução Industrial foi o pontapé inicial da Era Vargas. Após a crise de 1929, o governo provisório – 1930-1934 – e a Revolução de 30 (movimento político-militar que derrubou o presidente Washington Luís e acabou com a República Velha, levando Getúlio Vargas ao poder) transformaram o eixo da política econômica, e as palavras de ordem do atual presidente se formaram em industrialismo e nacionalismo.

Como “em time que está ganhando não se meche”, Vargas privilegiou as indústrias nacionais para o Brasil não se tornar um dependente externo de outros países. Para o seu time sempre vencer o presidente trouxe alguns reforços, como às leis voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas protecionistas e investimentos em infra-estrutura. A torcida não teve o que reclamar, porque a indústria nacional cresceu significativamente nas décadas de 1930-40.

Apesar do primeiro sucesso rumo à industrialização, um jogador incomodava e muito o início industrial da Era Vargas. Naquela época o Brasil dependia demais do café e era impossível o time de Vargas ficar desfalcado deste produto. Mas, enquanto jornalistas e torcedores duvidavam de que sua política iria dar certo, o presidente mandou destruir todos os estoques de café para controlar a super produção e a crise no Brasil.

Mesmo com os efeitos nocivos da crise de 1929, aconteceu um golaço no governo provisório: a aceleração do desenvolvimento industrial. Para surpresa de todos entre 1929 e 1939 a indústria cresceu 125%, enquanto na agricultura o crescimento não ultrapassou de 20%.

Vargas acreditava que a industrialização era o caminho mais curto para o desenvolvimento do capitalismo brasileiro e condição essencial para a modernização nacional.

Na verdade, diferente do futebol em que tudo é uma caixinha de surpresas, tudo isso tinha uma explicação. Esse desenvolvimento deu-se por causa da diminuição das importações e das ofertas de capitais, que trocaram à lavoura tradicional em crise, pela indústria.


Conheça mais sobre os processos da industrialização e saiba o que vai acontecer daqui pra frente

http://www.youtube.com/watch?v=oVfWcXu4e08

Eles ajudam a construir a história : Fonte nº 1 ; Fonte nº 2 ; Fonte nº 3 ; Fonte nº 4 ; Fonte nº 5 ; Fonte nº 6 ; Fonte nº 7


A era do rádio e a cultura musical dos anos 30

Por: Wilton Mello

Nos anos 30, conhecido como a era do rádio, os meios de comunicação eram muito vigiados e censurados, principalmente a imprensa escrita e o rádio. Foi exatamente nesse período que a cultura brasileira contava com talentos como Carmem Miranda, Noel Rosa e Pixinguinha. Mesmo com a censura, o rádio foi muito importante para popularizar a musica brasileira. Os estilos eram variados como: samba, choros, modinhas, valsas, erudita... Em 1935, o cantor Herivelto Martins e a cantora Dalva de Oliveira se conheceram e fizeram um enorme sucesso. Um ano depois, era fundada a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que foi estatizada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas em 1940 e se tranformou na rádio oficial do Governo brasileiro.

Em 1939, Ary Barroso compunha a famosa Aquarela do Brasil, que para muitos, é o "segundo hino do país." Em 1937, Lamartine Babo compunha o samba-canção Serra da Boa Esperança e posteriormente, os hinos dos clubes de futebol do Rio de Janeiro. Em 1935, Armando Campos, amigo de infância de Getúlio Vargas, criou o "Programa Nacional", atualmente "A Voz do Brasil", que tem na sua abertura, a magnífica música da ópera O Guarani, do compositor Carlos Gomes. A música ficou imortalizada no rádio brasileiro com a frase: "em Brasília, dezenove horas".

Fonte: Wikipedia ( Cultura e política dos anos 30 )



Carlos Gomes


O GUARANI


Em 1922, na Semana de Arte Moderna de São Paulo, o maestro Heitor Villa Lobos se consagra como compositor. Após vários anos na Europa, onde "adotou" Paris como sua segunda cidade, Villa Lobos volta ao Brasil em 1930 e realiza uma turnê por sessenta e seis cidades. Compõe as famosas Bachianas Brasileiras. É considerado até hoje como o maior compositor brasileiro de todos os tempos. As Bachianas 4 e 5 são duas das peças mais famosas de Villa Lobos.

Fonte: Wikipedia ( Cultura e política dos anos 30 )



Villa Lobos


BACHIANAS BRASILEIRAS Nº 5


Reação à política centralizadora de Vargas

Como reação à escola nacionalista, identificada como servil à política centralizadora de Getúlio Vargas, ergueram-se alguns músicos em 1939 criando o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor, professor e musicólogo Hans Joachim Koellreutter, e por Egídio de Castro e Silva, advogando a adoção de uma estética internacionalizante derivada do dodecafonismo ( sistema de organização de alturas musicais ). Faziam parte deste grupo Cláudio Santoro, Cézar Guerra Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger.

Fonte: Wikipedia ( Cultura e política dos anos 30 )



Ary Barroso


AQUARELA DO BRASIL

Modernismo - Semana da Arte Moderna


Fonte: pitoresco.com.br

O Modernismo brasileiro foi um movimento cultural diretamente ligado à produção artística brasileira na primeira metade do século XX.

O início do movimento se deu por volta de 1920 e foi um reflexo das tendências européias às vésperas da Primeira Guerra Mundial, embora com uma roupagem mais "abrasileirada".


Por mais que o movimento tenha se iniciado em 1922, nossas abordagens se concentrarão entre 1930 e 1945 e passaremos de forma breve por alguns acontecimentos anteriores ao período que sustentará nossas postagens, como po exemplo a Semana da Arte Moderna, evento ocorrido antes de 1930, mas de grande importância cultural para o país até os dias de hoje.

O Modernismo é dividido em três fases, sendo que a que mais nos interessa é a chamada de Segunda Geração.

→ Primeira fase: Foi a fase mais irreverente, marcada por manifestos e publicação de revistas. Os artistas dessa fase tinham grande originalidade e buscavam incrustar em seus trabalhos tons (não apenas no sentido de cor) que referenciasse o "moderno". Forte tendência de criar polêmicas. Momento de grande nacionalismo, volta às origens, valorização indígena e de outros produtos tipicamente brasileiros. Na política, havia simpatia com a extrema direita e postura de caráter anárquico. Foi nesse período a fundação do Partido Comunista no Rio de Janeiro e do Partido Democrático, a qual teve em Mário de Andrade um de seus fundadores. Os principais nomes da Literatura dessa época foram Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade. Publicações:
Foi a primeira revista modernista. Klaxon era o nome da buzina externa dos carros. Foi uma publicação completamente inovadora, desde o conteúdo a sua composição gráfica.

Fonte: wikimedia.org


Manifesto da Poesia Pau-Brasil
Criado po Oswald de Andrade que propõe uma descoberta ou redescoberta do Brasil. Foi muito importante para o país, principalmente para os mineiros, já que Drummond era um de seus colaboradores.


Fonte: ichs.ufop.br


→Segunda fase:
Fase mais calma que deu origem a grandes poetas e romancistas, teve grande produção poética. Essa fase localiza o homem no mundo e prega pelo construtivismo. Na Literatura a novidade foram a liberdade de criação, a expressão inventiva e o antiacademicismo. Seus maiores nomes foram Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Cyro do Anjos, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiróz, José Lins do Rego. Nessa fase também a prosa ganha destaque e aparecem preocupações com a economia, a política e o lado espiritual do homem. Grande força regionalista onde os autores iam de encontro com seu público, como "A Bagaceira", de José Américo de Almeida que foi o primeiro romance nordestino.

Fonte: mercadolivre.com.br


→Terceira fase: Fase também chamada de Pós-Modernismo por alguns autores que não simpatizavam com a 1ª fase, que foi ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo. Essa fase talvez tenha sido a que mais tenha sofrido com a situação política e econômica pela qual o Brasil passava na época. Vargas, Populismo, Ditadura, são alguns do assuntos que borilavam nessa época. A Literatura teve produções mais intimistas e introspectivas como as produções de Clarice Linspetor, por exemplo. O regionalismo ganha ainda mais força com Guimarães Rosa, que cria a psicologia do sertanejo, caminho estilístico que apelidou os autores dessa fase de instrumentalistas por causa da pesquisa que faziam do seu ojeto de inspiração. Negavam as ironias e as sátiras, consideradas de modernistas. Em contrapartida, buscavam uma poesia com modelo Parnasiano e Simbolista. Nessa época surge João Cabral de Melo Neto. Uma grande publicação da época foi a revista "Orféu", publicada em 1947. Autores da época foram Ariano Suassuna, Clarice Linspector, Ferreira Gular, Guimarães Rosa, Nelson Rodrigues.


Fonte: carlosscliar.com.br







Referências

HELENA, Lucia. Modernismo brasileiro e vanguarda. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1986

Postado por Nelio Souto


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Reflexos da crise de 29 ou a falencia do café na Era Vargas.

Por: Marcos Oliveira e Matheus Azevedo

O ano é 1929.O mundo inteiro sofre a maior crise do capitalismo até os dias de hoje.no final de Novembro deste mesmo ano a Bolsa de valores de Nova Iorque,teve que fechar seu pregão.

esse episódio também é conhecido como o "Crack da Bolsa de Nova Iorque".Um dos maiores acontecimentos da Grande depressão.A crise norte-americana afetou todo o mundo e o Brasil não ficou de fora.No país que ao longo da década de 20 já sofria com o reflexo da economia basicamente agrícola do país.O café, nosso maior produto de exportação(cerca de 60% das exportações brasileiras),sobrava nos galpões do governo.Desde de 1894 o governo que se revezava entre os cafeicultores paulistas e os pecuaristas mineiras subsidiava o café, fortalecendo a produção quase uma monocultura do produto, período conhecido como republica do café-com leite. Ao longo da década de 20 o produto já enfrentava dificuldades, com as sacas de café sendo vendidas cada vez mais baratas para o mercado exterior.Porém com o subsidio dos governos, os cafeicultores sofriam muito pouco com essa desvalorização. Em 1929 a festa do café brasileiro estava decretando seu fim, enquanto isso no Brasil ainda era exportada a safra de 1927.Houve um excesso de produção e com a crise, o mercado entrou em colapso. Nosso maior importador era o EUA, com a crise de 29 o Brasil entrou de cabeça na crise.E sem pausa para um cafezinho."A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil", explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de 1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".
Com a revolução de 1930 o gaúcho Getúlio Vargas entrou no palácio do Catete com um pepino para descascar(ou seria um café amargo para tomar?).
Getúlio surgiu como a principal alternativa para o crescimento do pais neste momento de crise.
O Brasil precisava de se modernizar: ou seja se industrializar.
Apesar disso o novo governo ainda procurava auxiliar o o setor cafeeiro,que ainda sofria com a crise.Nos estoques o governo, sacas e mais de café.Segundo a nova politica econômica adotada por Getúlio, queimar as sacas de café ajudava a controlar o preço no mercado estrangeiro.
Com a revolução de 30 o liberalismo econômico dos governos anteriores cedia espaço para o nacionalismo econômico tão presente na era Vargas
.(Principais lideres do golpe de 1930, entre eles Getulio Vargas)

O Estado passou a incentivar cada vez mais as industrias, principalmente as industrias de base, modernizando o país mesmo que tão tardiamente. Na Era Vargas o Estado era pai, patrão e padrasto.






















A gare-Quadro de Tarsila do Amaral(1925)


Fonte: OJEDA,Eduardo Aparicio Baez,PETTA,Nicolina.Historia:uma abordagem integrada.São Paulo.Moderna.1999
Por: Paulo Henrique Lopes


Por: Paulo Henrique Lopes

Duas correntes ideológicas

Por: Natália Zamboni

Durante o Governo Constitucionalista de Vargas (1934 – 1937), duas vertentes políticas começaram a influenciar a sociedade. De um lado havia a Ação Integralista Brasileira (AIB), de extrema direita. Do outro, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), com ideais esquerdistas. Diferentemente dos partidos da República Velha, que geralmente representavam seus estados, dessa vez os partidos possuíam caráter nacional – o que, aliás, é o que vigora até hoje na política brasileira. Mas, o que eram, exatamente, esses dois partidos?

Ação Integralista Brasileira (AIB)

A AIB foi fundada em 07 de outubro de 1932, pelo escritor e jornalista, Plínio Salgado, através do lançamento do Manifesto de Outubro de 1932, que sintetizava os fundamentos do Integralismo.

Os ideais integralistas foram influenciados pelo fascismo, regime totalitário desenvolvido e implantado por Benito Mussolini na Itália, no período de 1919 a 1945. Um sistema fascista é qualquer um que, assim como o governo de Mussolini ,exalta os homens, usa técnicas eficazes de propaganda e censura, sustenta-se no nacionalismo e, na maioria dos casos, pratica xenofobia. As principais características do fascismo são: o totalitarismo, a liderança carismática, o corporativismo, o nacionalismo, o militarismo, o expansionismo e o companheirismo.

O movimento Integralista, também conhecido como “camisas-verdes” ou “galinhas-verdes”, referência feita à cor dos uniformes utilizados, se restringia basicamente à classe-média. O partido apareceu como uma saída alternativa para a massa desorganizada e que não aderiu aos ideais comunistas. Além disso, oferecia uma oportunidade às mulheres e aos negros de participarem de forma mais ativa na política brasileira. A AIB estabeleceu, também, um rigoroso código de ética e moral e uma política assistencialista, com distribuição de cestas-básicas e construção de escolas e ambulatórios. O partido utilizava como cumprimento a expressão "Anauê", que em tupi significa "você é meu irmão" e dentro do contexto dos integralistas era um sinal de afeto e reconhecimento de igualdade.

A Ação Integralista encontrou seu fim em 1937, quando Getúlio Vargas implantou o Estado Novo. Esse fim surpreendeu os integralistas, já que o presidente sempre apoiou o movimento. Apesar disso, mesmo com a ajuda de Plínio Salgado e seu partido para realizar seu golpe, Vargas proibiu a existência de qualquer grupo político a partir de novembro de 1937.

Aliança Libertadora Nacional (ANL)

No início da década de 30, começaram a surgir em vários países, frentes populares que sentiam a necessidade de uma atuação para deter o crescimento nazi-fascista no mundo. Sendo assim, com o crescimento da Ação Integralista Brasileira, pequenos grupos antifascistas surgiram, reunindo comunistas, socialistas e ex-tenentes.

Em meados de 1934, reuniões começaram a ser promovidas no Rio de Janeiro a fim de criar uma organização política capaz de dar suporte aos ideais antifascistas. Dessas reuniões foi que, em 1935, surgiu a Aliança Libertadora Nacional, que era liderada pelo Partido Comunista.

Foi criado então um manifesto que tinha como pontos principais: a suspensão do pagamento da dívida externa do país, a nacionalização das empresas estrangeiras, a reforma agrária, a proteção aos pequenos e médios proprietários, a garantia de amplas liberdades democráticas e a constituição de um governo popular. A ANL foi oficialmente lançada em uma solenidade realizada na capital federal. Na ocasião, o manifesto foi lido e Luís Carlos Prestes, que se encontrava na União Soviética, foi aclamado presidente de honra da organização.

Nesse momento, o cenário político no Brasil estava turbulento. Conflitos nas ruas entre integralistas e comunistas eram freqüentes. No dia 05 de julho, a ANL promoveu uma série de manifestações públicas e, nessa ocasião, contra a vontade de vários líderes aliancistas, foi lido um manifesto escrito por Prestes, que propunha a derrubada do governo. Vargas então, se aproveitando da enorme repercussão desse acontecimento, ordenou que a organização fosse fechada, mas o propósito, no entanto, era proteger a si próprio.

Agindo na ilegalidade, a ANL não podia promover manifestações públicas, perdendo, assim, o contato com a massa popular. Com isso, a organização ganhou força interior, com os membros do Partido Comunista e os tenentes, que estavam dispostos a derrubar o governo. No final de 1935, um levante militar que agia em nome da ANL tomou Natal por 4 dias e teve grande apoio popular. Também aconteceram rebeliões em Recife e no Rio de Janeiro. No entanto, o governo de Vargas não enfrentou dificuldades para dominar a situação. Em seguida uma intensa repressão contra qualquer grupo de oposição foi implantada, dando um fim definitivo à ANL.

Golpe de mestre

Getúlio Vargas foi astuto e felino ao se valer da ajuda da AIB e, ao mesmo tempo, acabar com a organização e com todos os grupos opositores, principalmente com a ANL, dessa forma, concentrando o poder todo em suas mãos. Assim, com o apoio militar e popular, foram criadas condições perfeitas para o golpe de estado de Vargas. Inaugurou-se, então, um dos períodos mais autoritários e repressores do país, que ficou conhecido como Estado Novo. Mas essa é outra história...